quarta-feira, 13 de junho de 2012

Carta à Ruth (ou Espasmos Criativos de uma Mente Vazia)


Ruth,
Não se espante se estas linhas se acabarem no meio de um raciocínio ou num hífen de uma palavra antiquada. Mas descobri porque não consigo mais escrever.
Foram as comportas de versos que se fecharam. Não se sabe como, nem por que. Na verdade sempre conviverei com a dúvida: a represa de ideias existe ou foi só uma maré momentânea que tinha subido cinco metros do nível da completa falta de criatividade e agora volta ao estado normal? Um único verso (geralmente) não compõe uma música nem escreve uma poesia. Mas há alguns meses é só isso que sai da torneira: um verso sujo de asneiras e contaminado com coliformes de ansiedade.
Ontem resolvi fazer uma desintoxicação. Ainda não sei o que fazer, mas já estou estudando alguns casos. Ando desconfiando do álcool (apesar de continuar achando que ele seja uma solução). Talvez do tabaco. Ou quem sabe, da salsicha que tenho comido constantemente.
Não posso me alongar, pois lá vem mais um tanto de besteiras que estão entupindo o encanamento. Aproveito o texto turvo que acaba de sair, mas já devo fechar a torneira para evitar maiores desgastes.

Até breve.

Nenhum comentário:

Postar um comentário